sábado, 16 de março de 2013

5º Domingo da Quaresma

Chegamos na última semana da Quaresma. Caminhamos nestas cinco semanas volvendo nossos olhares e nossos corações para o apelo do Senhor que nos pede a conversão, o jejum e a esmola como aprimoramento de nosso seguimento de Jesus Cristo, o Redentor.

Domingo passado presenciamos a volta do filho pródigo e a sua acolhida pelo Pai Misericordioso. 
Neste Domingo 17/03/2013, por conseguinte, aparece com mais força ainda o quanto Deus está acima do pecado. Eis a base que se chama “conversão”.

Nas três leituras de hoje, encontramos a libertação perpassando toda a reflexão dominical. “Não mais penseis nas coisas anteriores, não mais olheis o passado. Eis que faço nova todas as coisas;

Antes de castigar ou de oprimir as pessoas temos que ter consciência de que somos pecadores. Temos que ter a atitude misericordiosa do Pai misericordioso, rezando e acolhendo com carinho e humildade.
Jesus acolheu a prostituta. Não aprovou a sua atitude de pecadora pública. Mas a acolheu com misericórdia. Apenas não a condenou, porque sua misericórdia era maior que o pecado dela. Observe-se que, de imediato, Jesus acrescenta: “Eu sou a luz do mundo!”
"Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais" (Jo 8,11).
A lei que iria me roubar o direito de viver era mais forte que o perdão que aqueles corações de pedra não conheciam.
Arrastaram-me diante de um profeta. Pronunciaram meu pecado e sentenciaram o que a lei dizia. Ele ouviu tudo em silêncio. Depois de olhar para cada um, olhou-me profundamente. Seu olhar não me condenava, Ele voltou-se com o olhar fixo para o chão e começou a escrever com o dedo no chão.
Mesmo à distância consegui ler apenas duas palavras: amor e perdão. Diante daquelas palavras meu coração sentiu a liberdade que se aproximava. As amarras que me prendiam pareciam aos poucos dissipar-se.

Mas eles queriam saber qual era a opinião daquele homem. Insistiram tanto que ele não conseguiu calar-se! Levantou-se e disse:

- Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.
Pude perceber que ninguém teve mais coragem de olhar para mim... A cada pedra que caia naquele solo seco e sem esperança um se retirava.
Em pouco tempo restou somente eu e Ele.
As minhas lágrimas rompiam o silêncio que nos unia. Ainda caída em meio a poeira dos meus arrependimentos ele me disse:
- Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?- Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais.
Ele levantou-se, estendeu a mão em minha direção, ajudou-me a ficar em pé. Secou minhas lágrimas com o seu amor. Deu-me um abraço de possibilidades e seguiu seu caminho…
Hoje refiz minha vida. Os tempos de outrora são apenas lembranças que não mais irão voltar. Nunca mais vi aqueles que um dia me condenaram. Mas a cada manhã ainda consigo ouvir aquelas mesmas palavras que me fazem ser uma nova mulher: "Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais".
Irmãos,

Na primeira Leitura(cf. Is. 43,16-21) nos é apresentado que Deus realizará uma nova salvação. Deus não obrou só no passado diz o profeta. Como antigamente ele abriu um caminho para o povo que voltava do Egito, assim também abrirá um caminho para um novo início; esqueçam o passado.

Na segunda Leitura(cf. Fl 3,8-14) somos convidados a nos convertermos e deixarmos levar pela força de Cristo. Na sua conversão, São Paulo abandonou muita coisa, sobretudo a pretensão de se justificar a si mesmo(pelas obras da Lei) E que recebeu São Paulo em troca? O conhecimento, a experiência do Cristo crucificado e ressuscitado. Mesmo assim, sabe que ainda não alcançou a meta. Importa ser constantemente arrebatado pela força de Cristo.

Irmãos,

Deus não é limitado que fique imobilizado por nosso pecado. Ele passa por cima, escreve-o na areia, como Jesus, no episódio da mulher adultera. A magninimidade de Deus, que se manifesta em Jesus, está em forte contraste com a mesquinhez dos justiceiros que queriam apedrejar a mulher. Estes, sim, estavam presos no seu pecado: por isso, nenhum deles ousou jogar a primeira pedra. Decerto, importa combater o pecado; mas é preciso estar com Deus para salvar o pecador.

A justiça considera uma pessoa pelo seu passado, ao passo que o amor a considera pelo seu futuro. E manifestava sua admiração por esta atitude entre os cristãos.

A mera justiça fecha as possibilidades da pessoa, ao passo que o amor, a misericórdia, lhe abrem novos horizontes, a fazer reviver. É isso que Deus faz com toda a humanidade. Não quero a morte do pecador mais sim que ele se converta e viva. O gesto de Jesus passar por cima do pecado da adúltera aconteceu com todos os cristãos pelo batismo e se renova tantas vezes, quando dele obtemos o perdão dos pecados.

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